Chama - Rua dos Caldeireiros,111 - Porto

Sexta-a-mesa escolheu o Porto  para a primeira edição de 2023 .

Em pleno centro histórico, situa-se a Rua dos Caldeireiros cujo nome remonta aos meados do século XVIII e presta homenagem  ao ofício dos ferreiros que nesta rua se concentravam dedicando-se à fundição do ferro, produzindo fornos a lenha, braseiros e naturalmente caldeiras.

Praticamente em frente ao restaurante destaca-se uma pequena  capela, de Nossa Senhora da Silva, parece ser a única que se situa num primeiro andar, uma preciosidade erigida no século XV.

     

O Chama é um espaço cheio de personalidade, conjugando o rústico  com o moderno numa atmosfera acolhedora  e intimista, perfeita para encontros à mesa. 

O Chef Zé Pedro Moreno para além de proprietário com mais dois sócios é um  ótimo anfitrião, excelente cozinheiro, com vários anos de experiência, cruza com grande à vontade e criatividade os sabores tradicionais com a cozinha contemporânea. Consegue ainda disponibilidade para interagir à mesa  com os clientes de forma muito descontraída. O Chama aberto desde 2020, funciona apenas para  jantares de terça a sábado, sendo  imprescindível fazer reserva antecipada  e na altura, se optar pelo menu surpresa, deverá referir as eventuais intolerâncias e / ou alergias alimentares.

      

      

Fomos brindados com um cocktail de boas vindas enquanto os preparativos para o jantar se faziam.

O Chef adotou um conceito muito particular  na restauração portuguesa, não trabalha com carta de menus fixos mas criou um conceito a partir de um menu de degustação surpresa, de 7 pratos  que vão sendo revelados ao longo da noite. Ninguém imagina o que vai comer e todas as semanas o menu vai variando de acordo com os produtos frescos e sazonais que são escolhidos pelos próprios fornecedores, segundo um plafond fixado pelo Zé Pedro para as carnes, para o pescado, legumes e frutas. O fator desperdício é também altamente considerado. Em pleno centro urbano e século XXI , cozinha-se  aqui num forno de lenha centenário, sem dúvida um luxo que faz do Chama, um restaurante sustentável cheio de singularidade.

Quando se está em boa companhia e a mesa é farta, a degustação é  apreciada como  slow-food ao som de boa música. O piano  na sala é para ser tocado por mãos livres que aceitem o improviso. Aqui a alegria toca e contagia. 

   

Os pratos que se seguem podem muito bem não ser aqueles  que irá provar, se decidir conhecer o Chama, quando visitar a cidade invicta onde a história espreita em cada viela ou edifício granítico.

  

   

Para principiar fatias de pão artesanal com pasta de tomate, de azeitona e manteiga de ervas, seguida de morcela assada em cama de puré de batata doce, muito saborosa.

  

 O lombo de dourada braseada era  uma delícia.

     

     

 Os Mexilhões com molho de cebola e tomate estavam deliciosos. Seguiram-se os bolinhos de alheira, uma entrada  boa mas sem destaque especial em relação às já provadas noutros espaços. Com distinção seguiu-se a corvina grelhada em cama de esparregado de espinafres com boa consistência, mas (um pouco picante) acompanhado de rodelas finas de  batata doce fritas e estaladiças.

    

   

Este prato  de  pernil assado em  forno de

 lenha era suculento e de incrível sabor, a 

 a textura macia desfazendo-se  a carne na

 boca. Acompanhada  por rodelas de batatas 

fritas crocantes.

     

Por fim , "a cereja no topo do bolo", composta por uma  mousse de laranja, gelado de avelã e lemon curd, notas cítricas e suaves, divinal! Melhor é difícil .

No final do jantar foi-nos oferecido um cocktail de Kiwi e ao longo da noite fomos  surpreendidos com várias cortesias, como shots de bagaço e mel. Parecem-nos razões de sobra para  incluir o Chama no seu roteiro gastronómico.

 Obrigada Chef  Zé  Pedro.

O preço médio  sem bebidas é de 38€.

Não é propriamente barato mas vale a pena a experiência!

11/02/2023

Até sexta💚